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17/06/2021

Semana do Migrante: CAM, lugar de esperança e transformação de vidas

De 13 a 20 de maio, a Igreja no Brasil, vive a 36ª Semana do Migrante e a Diocese de Caxias do Sul, há vários anos, mantém um trabalho de comunhão e parceria com as Irm&...

Semana do Migrante: CAM, lugar de esperança e transformação de vidas

De 13 a 20 de maio, a Igreja no Brasil, vive a 36ª Semana do Migrante e a Diocese de Caxias do Sul, há vários anos, mantém um trabalho de comunhão e parceria com as Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeo - Scalabrinianas, sobretudo por meio do Centro de Atendimento ao Migrante

 

A chegada de migrantes ao Brasil é uma realidade que tem acompanhado a história do país, e que hoje continua presente. De 13 a 20 de junho, a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Serviço Pastoral dos Migrantes (SPM) realizam a da 36ª Semana do Migrante, este ano com o tema “Migração e diálogo”.  O lema adotado apresenta um questionamento bíblico: “Quem bate à nossa porta?”

 

O Brasil foi o destino escolhido pela médica da família Gladys Ernestina De la Cruz Lluveres, 39 anos, que deixou a República Dominicana, em 2013, para exercer sua profissão no extinto Programa Mais Médicos, promovido pelo Governo Federal. Em busca de uma nova vida, atravessou o país e chegou a Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, por indicação de pessoas que recomendaram o Centro de Atendimento ao Migrante (CAM), administrado pelas Irmãs de São Carlos Borromeo-Scalabrinianas. No local, conheceu pessoalmente a vocação da Congregação para o acolhimento, característica que transcende gerações. 

 
Disposta a trabalhar, precisou lidar com entraves burocráticos ligados às entidades que regem a Medicina, além do habitual bloqueio em relação à Língua Portuguesa. Tanto a questão do idioma quanto a dificuldade para seu registro foram superadas com o auxílio do CAM. “Agradeço o advogado Adriano Pistorelo pelas tantas vezes que me orientou sobre assuntos migratórios e junto ao Ministério Público, permitindo que eu conseguisse me registrar no Conselho Regional de Medicina (Cremers). Revalidei meu diploma em 2015 e só consegui o registro no Cremers, em 2018, graças ao trabalho do CAM”, relata Gladys.

 
Atualmente, ela trabalha no sistema de saúde pública e vive com seu filho Kelnys (9 anos) a mãe Ana Mercedes (69 ) e o Marido Paulo H Zwetsch (48)  na cidade de Canoas, próxima à capital Porto Alegre. Essa é apenas uma das milhares de histórias que o CAM, há 39 anos, ajuda a construir para imigrantes e refugiados em sua nova nação. Acolhida, atendimento jurídico, defesa e garantia de direitos, integração ao trabalho por meio de cursos profissionalizantes, promoção cultural e aulas de Português fazem parte do cotidiano do Centro. Somente em 2020, houve 17.939 atendimentos nessas áreas, beneficiando 5 mil pessoas de mais de 38 nacionalidades, especialmente da América Latina e África.

 

Para ações de assistência imediata, como doações de mantimentos, o CAM tem o suporte da comunidade, por meio de voluntários, empresários da Serra Gaúcha e entidades como o Banco de Alimentos de Caxias do Sul, entre outros. A Diocese de Caxias do Sul, há vários anos, mantém um trabalho de comunhão e parceria com a instituição. Um exemplo desta parceria foi a acolhida dos imigrantes ganeses que vieram à Serra Gaúcha, no inverno de 2013. Ao chegarem a Caxias do Sul, foram acolhidos no Seminário Diocesano Nossa Senhora Aparecida, e receberam o apoio do CAM, que realizou a organização da documentação e intermediou a ação do poder público. Além disso, a Diocese intermediou a retomada da emissão dos documentos pela Polícia Federal, neste período da pandemia da Covid-19.

 

Parcerias estratégicas e atuação com o poder público

Além dessas ações, é promovida a capacitação de agentes públicos nas esferas municipal, estadual e federal, visando qualificar servidores e voluntários para compreender as demandas do público migrante. São promovidos cursos, palestras e oferecido material informativo em parceria com universidades, como UCS, UFRGS, UFSM e UPF. As ações de Advocacy são realizadas de forma diária, por meio de contatos com redes de migração, entidades, órgãos públicos, organismos internacionais como Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) e a Organização Internacional para as Migrações (OIM).

 
Solidariedade durante a pandemia de coronavírus


Desde a confirmação do primeiro caso de contaminação por coronavírus em Caxias do Sul, em 11 de março de 2020, o CAM desenvolve ações que garantam o suporte necessário a imigrantes e refugiados. A mobilização de agentes públicos, entidades, imprensa e comunidade caxiense para a doação de alimentos e produtos de higiene, limpeza e máscaras, entre outras iniciativas relacionadas à Covid-19, permitiu o auxílio a mais de 5 mil pessoas. Além disso, a Assessoria Jurídica orientou para a obtenção do auxílio emergencial fornecido pelo Governo Federal para pessoas sem garantia de renda durante a pandemia.
 

O fenômeno migratório é um tema impactante, vislumbrado há 125 pelo bispo João Batista Scalabrini, fundador da Congregação. Por meio do trabalho das Irmãs, com leigos e voluntários, Caxias do Sul, com CAM, tornou-se referência nacional de esperança para homens e mulheres que vêm de dezenas de países para ter sua dignidade e cidadania reconhecidas e condições de vida adequadas nessa nova morada.

 

Em entrevista à jornalita Gleici Trois, da Rádio Miriam Caravaggio, a diretora do CAM, Irmã Celsa Zucco, explicou sobre a atuação do Centro e os serviços que são prestados à comunidade migrante de Caxias do Sul e região.

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