Sinodalidade, Censo do IBGE, escuta diocesana e novas diretrizes iluminam Conselho de Pastoral da Diocese de Caxias
O encontro fortaleceu o exercício da "Conversa no Espírito", método recordado pelo Papa Francisco para o processo sinodal 2021-2024; a partir das percepções dos conselheiros, surgiram apontamentos para a Assembleia Diocesana, em 06 de dezembro
O sábado, 12 de julho, foi marcado pelo segundo encontro do Conselho de Pastoral da Diocese de Caxias do Sul para neste ano de 2025. A atividade reuniu mais de 80 pessoas no Centro Diocesano de Formação Pastoral (CDFP) e contou com diversas pautas que apontam para a organização do novo Plano Diocesano de Pastoral. Dom José Gislon, bispo diocesano, participou do encontro e ressaltou a importância do processo de escuta realizado pela Igreja local, em comunhão com a Igreja Católica presente no mundo, seguindo o que foi iniciado pelo Papa Francisco e que está sendo continuado pelo Papa Leão XIV.
A capela do Centro de Pastoral foi o lugar do início do Conselho. Diante do Santíssimo Sacramento, o bispo, os padres, a equipe de coordenação diocesana de Pastoral, as coordenações regionais e todos os conselheiros puderam depoisitar diante do Senhor a realidade eclesial da Diocese de Caxias do Sul. Com refrões, leituras bíblicas e diversos momentos de silêncio, o grupo se colocou como instrumento de Deus para avaliar e pensar a caminhada da Igreja que reúne quase mil comunidades, em 73 paróquias de 32 cidades.
No plenário do Centro de Pastoral, o assessor do Setor Juventude da Diocese, padre Gustavo Predebon apresentou alguns aspectos presentes no Documento Final do Sínodo sobre a Sinodalidade, transformado magistério pontifício pelo Papa Francisco. Ele recordou o que o Sínodo buscou ressignificar: a dignidade batismal de todos os filhos de Deus, independente de sua vocação específica, a prática da sinodalidade não como mero conteúdo, mas como forma e processo de trabalho da Igreja.
A sequência desta contextualização foi a vivência do exercício da "Conversa no Espírito", método recordado pelo Papa Francisco no processo sinodal. Essa forma de trabalho exige a oração constante, a escuta vulnerável e a compreensão de que o Espírito Santo fala à Igreja por meio dos batizados. Em pequenos grupos, recordaram o processo vivido entre os meses de novembro de 2024 e junho de 2025, com a visita e escuta das comunidades da Diocese. Todos puderam falar e exerceram também a missão de escutar, para chegarem a consensos para a pergunta: "Quais os sinais de sinodalidade que o grupo está percebendo na vida da Diocese, especialmente na experiência da escuta do povo de deus nas comunidades (Projeto Vozes da Esperança) e também os desafios à sinodalidade percebidos?".
Depois do exercício da "Conversa no Espírito" aconteceu a plenária, onde os secretários de cada grupo sintetizaram os sinais que apareceram durante esse tempo de partilha. A sequência disso foi a apresentação do contexto dos que se dizem católicos nas cidades do território da Diocese de Caxias do Sul, a partir do Censo 2022 do IBGE. O estudo evidencia o aumento da população na maioria dos municípios e a redução de mais de 79 mil pessoas que se declaravam católicas no levantamento de 2010 em relação ao atual. Além disso, o crescimento do número de evangélicos e a explosão de mais de 100% dos sem religião em 12 anos. O assessor de comunicação da Diocese, Felipe Padilha, apresentou os dados e alguns questionamentos acerca da efetividade das estratégias de evangelização.
Na parte da tarde, o coordenador de Pastoral e vigário geral da Diocese de Caxias do Sul apresentou o caminho que a Igreja no Brasil está realizando para construir as novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora (DGAE), que passam a adotar a imagem da tenda, narrada no capítulo 54, versículo 2 do livro do profeta Isaías, a partir de quatro aspectos: Iniciação à Vida Cristã; Liturgia e Piedade Popular; Comunidades de discípulos missionários; e cuidar das fragilidades do povo e da Casa Comum.
Novamente em grupos, os participantes realizaram a experiência da "Conversa no Espírito", a partir da pergunta: "Em que precisamos alargar a tenda da evangelização para que a Igreja se torne mais missionária?". A plenária ofereceu também apontamentos para a realização da Assembleia Diocesana de Pastoral, no dia 06 de dezembro, entre as quais, que o encontro deverá ter como participantes natos: 01 (um) representante de cada paróquia; 01 (um) jovem de cada paróquia, os conselheiros de cada Região e os coordenadores de pastorais, movimentos e organismos presentes na Diocese.
O Conselho Diocesano também pontuou na importância de se trazer um assessor para ajudar a Diocese, a partir da compilação e síntese da escuta do projeto Vozes da Esperança de cada Região de Pastoral, para colaborar com as linhas gerais da construção do novo Plano Diocesano. Em preparação à Assembleia, a equipe de coordenação diocesana de Pastoral fará a devolutiva da síntese de cada Região de Pastoral, com a entrega das respostas impressas e do próprio relatório.
Logo abaixo você tem acesso aos arquivos de slides apresentados durante a reunião do Conselho.