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16/08/2025

Doação e compromisso com o Reino de Deus

"Ainda hoje a vida consagrada é chamada a encarnar a Boa-Nova no seguimento de Cristo, o crucificado-ressuscitado; a fazer seu o modo de existir e de agir de Jesus, como Verbo encarnado, diante do Pai e diante dos irmãos"

Doação e compromisso com o Reino de Deus

Estimados irmãos e irmãs Em Cristo Jesus! Neste terceiro domingo do mês de agosto, “Mês Vocacional”, a Igreja recorda a vocação à vida “Religiosa Consagrada”. Esta, desde os primeiros séculos do cristianismo, fez e continua fazendo parte da vida da Igreja. Num primeiro momento, floresceu na igreja a vida religiosa monástica. Neste estilo de vida consagrada, os religiosos e religiosas se distinguiam por uma vida consumida na oração, na contemplação e no trabalho desenvolvido no silêncio, ao interno do próprio mosteiro. Com o passar do tempo, foram surgindo outras Ordens religiosas que, sem desprezarem a vida de oração e contemplação, tinham como carisma principal o apostolado com o povo, e do povo recebiam o necessário para viver.

Algumas Ordens religiosas são milenares e souberam adaptar-se através dos séculos, para continuarem servindo o povo de Deus e a Igreja sem perder o próprio carisma. Para responder às urgentes necessidades de assistência, no campo da evangelização, educação e saúde, principalmente no século XIX, marcado por grandes transformações sociais com o avanço da industrialização, surgiram na Europa centenas de novas congregações religiosas femininas e masculinas. Nelas, milhares de homens e mulheres se consagraram a Deus para servir a Igreja, povo de Deus peregrino e necessitado, presente nos cinco continentes. A grande novidade desse florescimento da vida religiosa foi a participação da mulher consagrada no apostolado, também nas frentes missionárias. A vida consagrada, feminina e masculina, passou a ter um papel importantíssimo na ação evangelizadora, através da ação na catequese, na educação, no trabalho com os enfermos nos hospitais, nos orfanatos, nos leprosários, asilos, etc.

Mas os ventos que sopram na história atingiram também a vida consagrada no final do segundo milênio, e continua forte no século XXI. Mas sem desmerecer o grande contributo que a vida consagrada sempre deu à Igreja, na sua missão de anunciar o Reino. Ainda hoje a vida consagrada é chamada a encarnar a Boa-Nova no seguimento de Cristo, o crucificado-ressuscitado; a fazer seu o modo de existir e de agir de Jesus, como Verbo encarnado, diante do Pai e diante dos irmãos.

No Ano da Vida Consagrada de 2015, o Papa Francisco, na carta circular dirigida aos consagrados e às consagradas, lembrava que o “Senhor nos chama cada dia a segui-lo com coragem e fidelidade”. Mas “Quando caminhamos sem a Cruz, edificamos sem a Cruz ou confessamos um Cristo sem Cruz, não somos discípulos do Senhor”. Que o “Jubileu da Esperança”, nos ajude a olhar o passado com gratidão, o presente com fé e o futuro com esperança.

 

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

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