Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! O Advento é também um tempo especial para refletirmos sobre o amor, a ternura e a humildade de Deus. É um tempo para olharmos para dentro de nós mesmos e refletirmos sobre como estamos vivendo o dom da vida que o Senhor nos concedeu, e nos perguntarmos: tem um espaço para Deus na minha vida? Tenho tirado um pouco do meu tempo para ajudar o meu irmão a ter a dignidade de filho de Deus? Estou amando e cuidando da minha família? Tenho valorizado o meu trabalho como algo importante na minha vida? Tenho participado da vida da comunidade, contribuindo com minha presença e meus talentos, para que ela seja cada vez mais uma comunidade cristã, onde resplandece a beleza do Evangelho, no encontro dos discípulos do Senhor Jesus?

Mesmo no contexto de uma sociedade ordeira e trabalhadora, que prima pelos valores da família, temos muitas realidades que precisam de um olhar de amor-compaixão. Este olhar de amor-compaixão não deve ser vivido na indiferença, mas no agir de forma concreta. Por isso, tomo a liberdade de lançar um desafio para este tempo de Advento. Esse desafio é dirigido aos irmãos e irmãs que, em nome do Senhor Jesus, e por Jesus, podem fazer algo de bom pelo outro ou pelos outros. Não tenham medo, abram o coração e o façam. Convido cada um em particular a refletir e se propor a fazer uma boa ação, durante esse Advento, em preparação às celebrações do Natal do Senhor Jesus.

Neste Tempo do Advento, podemos nos encantar com as luzes que decorram os ambientes, as praças e ruas das nossas cidades. Mas, por mais abundantes e belas que sejam as luzes, se falta dentro de nós a luz do amor, o nosso coração vai estar mergulhado na penumbra, onde falta a luz do amor divino, capaz de amar a realidade humana, muitas vezes ferida pelos acontecimentos da vida.

Estimados irmãos e irmãs! Acendamos as luzes nas praças, nas ruas e avenidas, acendamos as luzes da árvore de Natal, acendamos as luzes das nossas casas, mas cuidemos para que a luz da fé em Cristo Jesus não se apague no nosso coração, mas que seja reavivada, que brilhe intensamente, pelos gestos de compaixão, de amor-caridade que iremos praticar, em preparação à festa que se aproxima.

+ Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul