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05/07/2025

Vida de fé, marcada pela esperança

"A fé deve se tornar em nós uma chama de amor, chama que acende realmente o meu ser e ilumina também o caminho do próximo para o encontro com o Senhor Jesus. O homem atinge a sua maturidade amando a Deus e aos irmãos"

Vida de fé, marcada pela esperança

Estimados irmãos e irmãs em Cristo Jesus! Como Povo de Deus a caminho, estamos celebrando o Ano Santo do “Jubileu da Esperança”. E como “peregrinos de esperança”, precisamos entender que a fé “é uma estrada para percorrer, sem jamais perder a meta” – nos recordava com frequência o Papa Francisco. A fé não pode ser separada do amor. Cremos em Deus porque o amamos e o amamos porque descobrimos seu amor por nós. Não se pode crer em Deus e confiar nele a não ser pelo amor.

Crer requer, portanto, um empenho constante e cotidiano, feito de uma busca interior que deve ser acompanhada de uma renovada confiança no próximo. Quem caminha, tendo o Senhor como companheiro de viagem, está seguro do percurso iniciado e da meta que pretende atingir. “Muitas vezes ouvimos falar que o cristianismo não é somente uma doutrina, não é um modo de comportar-se, não é uma cultura. Sim, é tudo isso, mas o mais importante, e que vem primeiro, é um encontro. Uma pessoa é cristã porque encontrou Jesus Cristo e se deixou encontrar por Ele” (Papa Francisco).

Visitando algumas comunidades da nossa Diocese tive a graça de encontrar muitas pessoas que formam essas comunidades e, em comunidade, celebram a vida de fé. Partem do princípio de que a fé cristã não é somente uma doutrina, uma sabedoria, um conjunto de regras morais ou uma tradição, mas que a vida de fé tem o poder de nos proporcionar um encontro real com Jesus Cristo. Transmitir a fé significa criar em cada lugar e em cada tempo as condições para que esse encontro entre os homens e Jesus aconteça. O objetivo de toda evangelização é ajudar as pessoas a realizarem esse encontro, que é ao mesmo tempo íntimo e pessoal, público e comunitário.

Mas o grande desafio que temos na atualidade não é só ajudar aqueles que participam das nossas comunidades a cultivarem a vida de fé, mas ir ao encontro da ovelha ferida e dispersa, isto é, daqueles e daquelas que foram batizados e fazem parte das estatísticas de nossas comunidades, mas se afastaram e já não celebram mais a fé em comunidade. Devemos trabalhar para ajudar essas pessoas a fazerem um novo encontro com o Senhor Jesus, o único que enche de significado profundo e de paz a nossa existência; e para favorecer a redescoberta da fé, nascente de graça que dá alegria e esperança à vida pessoal, familiar e comunitária.

A fé deve se tornar em nós uma chama de amor, chama que acende realmente o meu ser e ilumina também o caminho do próximo para o encontro com o Senhor Jesus. O homem atinge a sua maturidade amando a Deus e aos irmãos. Esse é o mandamento que recebemos, e é também o nosso destino mais belo e verdadeiro. O princípio pastoral enunciado pelo Catecismo diz: “Toda finalidade da doutrina e do ensinamento deve ser posta no amor que não acaba. Com efeito, pode-se facilmente expor que é preciso crer, esperar ou fazer; mas sobretudo é preciso fazer sempre que apareça o Amor de Nosso Senhor, para que cada um compreenda que cada ato de virtude perfeitamente cristã não tem outra origem senão o Amor, e outro fim senão o Amor” (ClgC, n. 25). Cada um de nós recebeu a fé por intermédio de outros, e a outros tem a obrigação de transmiti-la.

 

Dom José Gislon, OFMCap.
Bispo Diocesano de Caxias do Sul

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